sexta-feira, agosto 22, 2008

Presentes e Previsöes

Tantas säo as coisas que näo mexem, que näo desenvolvem, näo correm bem ou simplesmente rebentam nas mäos que a vida vai ficando vazia de preocupacöes. There's only so much you can do. Depois disso, volta-se para casa e para a companhia nas noites, enchem-se os jantares de conversas, e lê-se no sofá, entre luzes baixas e música calma, tudo o que näo tenha a ver com as coisas. Esvazia-se, a espacos, a cabeca. Sem medos. (Yet).

domingo, agosto 10, 2008

O país inteiro a festejar contigo


Portugal e Dinamarca juntam-se aos states para celebrar com nossa amiga Paulinha mais um ano de experiências. PARABÉNS!!


(que esta casa ainda sirva para estas coisas)

quarta-feira, junho 25, 2008

She went over to his apartment
Clutching her decision
And he said, did you come here to tell me goodbye?
So she built a skyscraper of procrastination
And then she leaned out the twenty-fifth floor window
Of her reply
And she felt like an actress
Just reading her lines
When she finally said yes,
It's really goodbye this time
And far below was the blacktop
And the tiny toy cars
And it all fell so fast
And it all fell so far

And she said:
You are a miracle but that is not all
You are also a stiff drink and I am on call
You are a party and I am a school night
And I'm lookin' for my door key
But you are my porch light
And you'll never know, dear
Just how much I loved you
You'll probably think this was
Just my big excuse
But I stand committed
to a love that came before you
And the fact that I adore you
Is but one of my truths


(But I guess that this is the price
That we pay for the privilege of living for even a day
In a world with so many things
Worth believing in)

Ani Di Franco

sexta-feira, junho 13, 2008

Al otro lado del rio


Creio que vi uma luz no outro lado do rio.

Uma luz que varia de intensidade, como varia a intensidade dos nossos dias, do nosso sentir, das nossas vidas.

domingo, junho 01, 2008

Dom

Näo sei como faco isto, mas arranjo sempre maneira de transformar a minha última semana onde-quer-que-seja num pesadelo. Já tentei infeccöes renais, noites de terror em casa demasiado grande, isolada, escura e silenciosa, e com certeza outros terrores que agora, assim de repente, näo me estou a lembrar. E, mais uma vez, näo me vou deixar ficar mal.



Cheguei do aeroporto para uma casa vazia. Quando digo vazia, é vazia mesmo. Näo estou a falar de casa sem ninguém lá dentro (acontece sempre), ou de casa sem umas cenas que a tornariam mais confortável e acolhedora e tal (ou cozy, palavra detestável que só é, parece-me, utilizada em Portugal). Vazia mesmo. A minha amiga, propritetária da cama sofá pratos copos mesa cadeiras onde tenho vivido nos últimos meses, resolveu que tinha que enviar tudo para Denver já JÁ. Näo dava para esperar uma semaninha. Eu compreendo - näo tem culpa. E eu näo tenho alternativa.



Voltei e näo tenho cama: durmo num colchäo insuflável. Näo tenho cadeiras: sento-me no chäo. Näo tenho copos, näo tenho nada. E, meudeus, näo tenho música. Näo tenho rádio. Só tenho silêncio, mas um silêncio täo silêncio que me está a deixar louca e a pedir aos santinhos para que a vizinha de cima se lembre de andar calcada em casa, aspirar, gritar com o cäo ou divertir-se com o namorado durante a semana (normalmente só acontece ao sábado). Entretanto lá ando de ipod nos ouvidos dentro de casa, mas näo dá para fazer tudo de ipod.



E acontece que nunca estou em casa. Acabo a correr os restaurantes todos de que me parece que vou sentir falta, encho-me de tacos e margaritas e guacamole e tal, telefono e arrasto toda gente - e queimo tempo.

Até chegar aí. Onde tenho cama e sofá e tudo.

sexta-feira, maio 30, 2008


Do que näo me farto mesmo é deste livro. Entro no ritmo e penso (quando penso em inglês, pelo menos), como o narrador. Penso sunavabitch e helluva time. No kidding. eàs vezes acho que a vida é mesmo assim, crua e como pelos olhos de um 16 year-old sem filtros -, e fico leve. Outras fico angustiada, quase nauseada, e tenho que parar. Paro a meio da página, a meio da frase - naquele bocado-de-livro onde nunca se para, que depois nunca se sabe onde se ficou, onde recomecar. Paro para respirar um bocadinho e me aperceber que afinal näo. A vida näo é (sempre) assim. E volto ao livro. Näo me farto

Canadá e outras bloguices

Foi preciso uma simples viagem a um país que nunca visitaria por iniciativa popria, de férias. Ou que, pelo menos, nunca seria prioridade. Uma visita curta a uma cidade pequena de província. Uma viagem de trabalho. Bastou isto para me fazer pensar nos pequenos nadas de vidas grandes, nos previlégios, nas experiências inesperadas. Já tinha acontecido há uns meses, em Washington - uma cidade que me disse muito mais, que adorei e que devorei de sol a sol -, que visitei com o meu pretexo.

Convidaram-me para fazer uma visita, falar sobre umas coisas de que percebo, apresentar umas cenas, dar uma palestra e ajudar num projecto. Tudo muito bem. Venho com todo o gosto, que ainda näo foi desta que me fartei de aviöes e uma cidade nova é sempre uma cidade nova: sou o verbo ir, como diria qualquer bom morador de Moscavide. E acabo por ser eu a, de repente, ganhar muito mais.

No aeroporto tinha um private taxi à minha espera para uma viagem de hora e qualquer coisa. Sucede que o motorista, good looking guy dos seus 50 anos, tinha uma história de vida (que eu fiz questäo de espremer) engracada. Melhor: comecou por ser engracada; acabou a ser fascinante. 20 anos de idade e estava ele na faculdade de medicina, aqui mesmo em Montreal, quando lhe passou pela cabeca que isto näo era vida para ele. Näo , pelo menos. Vai de enfrentar a família e informar que ia passar uns meses no México. Learn the language e tal. Voltou 16 anos depois, e nos entretantos passou (viveu) por 100 países, casou, ensinou, aprendeu, cresceu, comeu, deu, recebeu - viveu. Good looking guy e provavelmente a pessoa que mais me impressionou nos últimos tempos. Falou dos livros que lê, que leu, onde leu. Falou-me da família, da vida por aqui, da filha de 16 anos, autista. E de como (também) achou fabuloso o the curious incident of the dog in the night time (Obrigada amigas Dinas). Falou e falou e falou - e eu marvilhada.

E, mesmo depois do trabalho do dia seguinte, do almoco onde tentei saber tudo o que podia sobre o Canadá, das reuniöes onde me fartei de ciência, bactérias e números, voltei a sentir-me previligiada ao jantar. Nos entretantos (intervalos, finais de dia) ainda deixei crescer as saudades e senti a vontade-de-casa a espalhar-se no sangue, na pele - a querer explodir e fazer-me voar para casa o mais rápido (im)possível. Mas depois voltou a calma, a paz e a experiência. Um jantar com um francês-muito-francês, um copo de vinho e a melhor tarte tatin de sempre (dos meus dias). Conversas de países e culturas e planos e passados. Mais uma vida que me fez esquecer a minha - ou pensar a minha.

Acho que näo me farto. Estou com vontade de casa, e Europa e de amigos, mas näo me farto. Destes pequenos tudos - que vêm de outras vidas, täo diferentes mas täo vidas, e que enchem a minha.
Näo me farto mas agora vou ver se compro - finalmente - o voo do Veräo, que já estou a prever os meus amigos emigrantes todos e metade da populacäo reformada dinamarquesa a encher os voos da tap e deixar-me sem alternativas para ir viver o meu Veräo. Näo me farto, mas quase farto. Ou às vezes farto.

sexta-feira, maio 16, 2008

Sara,

Muitos Parabéns!

Da amiga de sempre e para sempre