sexta-feira, dezembro 30, 2005

Post de Portugal

Já não sei onde é a minha casa.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Até já

Vou só aí dar um saltinho e já volto.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

I see it all perfectly; there are two possible situations - one can either do this or that. My honest opinion and my friendly advice is this: do it or do not do it - you will regret both.

Soren Kierkegaard

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Para a R.

É meu amigo, só resta uma certeza
é preciso acabar com essa tristeza
é preciso inventar de novo o amor.

(...)

É meu amigo só resta uma certeza
é preciso acabar com a natureza
é melhor lotear o nosso amor.

Vinícius de Moraes

Carta ao Tom

Encontros e despedidas

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando
(...)


Os meus dias têm sido rodeados de despedidas. Como eu cheguei há quase dois meses, outros chegaram há uns anos. Agora väo embora. Voltam para casa, e estäo radiantes. Ou estavam. Até chegar a hora em que, mais uma vez, se deixa a vida para trás. A vida que nasceu de repente, à forca, num país novo, como pessoas novas e língua nova - num Mundo novo. A vida que foi, muitas vezes, complicada, fria, nervosa. E que nos aparece, de repente, nos últimos dias, cheia de amigos e momentos, cheia de gavetas que näo se querem esvaziar - e näo há alternativa. Muda tudo outra vez.

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

Nos últimos tempos, tenho partido e voltado com frequência. Conheco e despeco-me de muitas pessoas. Sempre disse (na minha curta existência) que näo gostava de mudancas. Agora, a minha vida é composta de mudancas - como o Mundo. Näo tenho escolha.

E assim, chegar e partir
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

Por enquanto, vou ficar por aqui. Fica um pé em Portugal, mas tudo o resto em Copenhaga. Näo sei para onde vou a seguir. Mas as despedidas näo väo acabar. Fica o conforto de, em Portugal, as despedidas nunca serem definitivas. (E de näo ser Australiana, isso é que näo havia de ser nada fácil - voos intermináveis para o Mundo).

M. Nascimento E F. Brant, cantado por Maria Rita

Ainda há esperanca

Este é o dia mais curto do ano. A partir de agora, só pode melhorar.

(Estou no servico há meia hora e ainda é de noite).

terça-feira, dezembro 20, 2005

Maria Arroz,

os meus pensamentos, as minhas energias positivas e a minha inveja estäo contigo. Enquanto te puserem a dormir, fico aqui a funcionar por ti. Basicamente, conheco-te e gosto de ti há tanto tempo que vai dar no mesmo, com certeza.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Whenever a man does a thoroughly stupid thing, it is always from the noblest motives.

Oscar Wilde

Fim da série "Festas de Natal"

Ontem, com uma simulacäo de noite de Natal Dinamarquesa, acabaram, oficialmente, as minhas festas de Natal por aqui. Cinco dias depois, já sou quase Dina nos festejos e a Coca Cola é a minha melhor amiga. Agora, descanso. Daqui a uns dias estou aí. Entretanto, I´ll keep you posted.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Vou matar o George Michael.

Já vos disse que está a nevar?

A partir de agora e até Domingo vou estar por aí a festejar o Natal. Melhor ou pior, vou dando notícias por aí.

Reggaezinho bacana e eu que näo consigo parar de rir há 10 minutos

Vejam a história da banda. Conjunto musical, digo. Os artistas säo bons artistas. Eu cá gosto muito de os ver trabalhar.

Agora passámos para o Forró

Brasil cá dentro e neve lá fora. Eita, vidinha-mais-ou-menos.

Redemption song

Eu e o Antônio só nos entendemos com Bob Marley.

(trabalhar com Concrete Jungle näo é nada fácil).

White Christmas



Está a nevar. Vai ficar tudo tudo branco para o Natal. Ainda näo está, mas vai ficar - acredito. O meu Natal comecou, oficialmente, hoje.

God Jul para todos vós!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

hellooooo...is it meeeeee you´re looking forrrrrrr....

ainda sem tempo e sem pachorra...fiz um esforço...e vim visitar as minhas amigas!!!
é só para dizer que estou viva (ainda que não o sinta!), que estou de boa saúde (ainda que tenha muito sono, esteja tpm - again - e sempre com muito frio...), que a vida vai bem( ainda que com o tempo a apertar e os trabalhinhos a aumentar...) e que em breve voltarei para vos dar umas secas para lerem!!!combinado?????
só para não dizerem que foram vetadas ao abandono...mais um beijo para o caminho ( um para cada, é claro!!!não discutam por isso, ok?!)
tenho saudades e começo a ficar apavorada com a ideia de entrar para uma sala de operações, ficar inconsciente e um bando de gente a mexer neste lindo corpinho...brrrrrrr
agora que já tá tudo desopilado...aqui vou eu fingir que estudo!!!
muitoooooos beijooooooos

"Só é tua a loucura onde com lucidez te reconheças..."

... e não será em nós que está o maior obstáculo para a Felicidade?

A minha vida mudou drasticamente nos últimos tempos: trabalho novo, futuro novo, amigos novos (näo deixando os velhos), cidade nova, país novo, língua nova - mundo novo. De repente, ficou tudo diferente. Só uma coisa nunca muda. Näo consigo explicar, sequer perceber, porquê. Nunca me senti livre.

Querida Prp,

as minhas energias positivas estäo todas todas contigo. Fiquei vazia, mas estäo bem entregues. Agora despacha lá isso e devolve o espírito ao pessoal, que comeca a fazer falta.

Sentiste tudo? Sorte, alegria, optimismo, resolucöes? Correu tudo bem?

Beijos beijos

Sina

Se estou menos bem disposta, ou estou doente ou de ressaca, concluem os que me rodeiam. Vamos lá arrancar uns sorrisos para näo ter que explicar demasiado... Habituei mal o Mundo.

terça-feira, dezembro 13, 2005

God Jul Och Gott Nytt År


Händels Messias, København Domkirke


(Tradução: o Concerto de Natal mais lindo, e eu ali, sozinha mas feliz).

Calegas de gabinete

Antônio: Sara, näo é para ofender, tá, mas essa sua música... tá muito chata!
Sara: Ai é?

(Falamos de Kind of Blue, Miles davis)

domingo, dezembro 11, 2005

Copenhagen by night

Copenhagen by day

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Vários!

Minhas amigas,

Tanto para dizer e tão pouco tempo para o fazer... Vamos por partes e desculpem-me a sistematização estupidamente jurídica, mas hoje fica assim!

1. quem é "John"?

2. obrigada pela sugestão natalícia listada... há que alargá-la! estou na miséria, até pq ter casa, pagar água, luz é dose... como tb gosto de poupar - fonas... como se usa dizer! - a coisa fica mais apertada - mas garanto-vos que poupo por uma razão... gosto sp de ter p meu pé de meia - estou a ficar preocupada com estes meus plebeísmos - para outros voos! mas esta conversa toda não significa que não haja lugar a um mimo de Natal!

3. maria arroz, estou com saudades suas... cadê novidades... nem um post, nem respostas às minhas mensagens... nada! espero que esteja tudo bem!

4. quanto ao colega de gabinete, sarita, pensa que até pode ser engraçado... sempre vais ouvindo o nosso português abrasileirado... diversificas o teu gosto musical e a hora dos blogs indecentes (!) fica reservada para momentos a sós - tu contigo mesmo e o blog desejado!

4.1. Ainda qto ao brasuca, será que lhe podes perguntar qual o significado de "amasso"... no sentido da música da Calcanhoto... qual é o grau de contacto físico que costuma estar em causa, digo, é sinónimo de enrolanço, de carícia, de "chega para lá"... depois explico o contexto da dúvida... é sinistro!!! - aviso já que não tem nada a ver comigo!

5. parabéns para o bebé do P., para o próprio do P. - um querido - e para a mulher do P - uma
querida -, que por sua vez é mãe do filho do P - que suponho que seja igualmente um querido - se sair ao pai P. e à mãe, mulher do P., é-o certamente!... Tautológico?

minhas amigas, estou no ir...

Beijinhos para ambas

p.




quarta-feira, dezembro 07, 2005

Adeus privacidade

Upgrade na vida profissional com mais uns quantos projectos e um novo portátel xpto, ele é impressöes digitais e tudo, e, uns míseros dias depois, vai de descer novamente e de perder o meu fantástico-privado-só-para-mimzinha... gabinete. Vou mudar aqui para o lado, para o lado do calega do Brasil, que é um fixe e eu gosto muito, mas que me cheira que tenha gosto e seleccäo musical diferentes dos meus. Pior: vai cuscar os blogs que passam pelo meu ecran a espacos (regulares, confesso). Estou chateada com a situacäo, estou. Pronto.

John,

vamos lá entäo ver isso, que eu só venho sexta à noite e ainda näo tenho solucäo para isso. Aparece aí na rede.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Da distância

A distância é uma merda.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Lista de Natal (I)

No ano passado recebi o cahecol mai-lindo-do-mundo, assim em rosas, estão a ver?, a ir buscar o tom. Ai que agora me dá tanto jeito, nestes dias frios, pobre de mim. Vai daí, pensei em quanto (mas quanto quanto) eu gostava de ter um, sei lá, por exemplo... encarnado? Alguém manda uma cartinha ao Pai Natal, hein?

domingo, dezembro 04, 2005

Estou emocionada, pronto.

Nasceu o baby do P., o primeiro rebento da história dos amigos. Eu não estou aí, não vou ver nem cria nem pais. E tenho pena. De qualquer maneira, estou emocionada. Pronto.

Não sei o que me está a dar hoje, mas a nostalgia apoderou-se de mim. Só penso nos meus amigos, nas minhas amigas, em como vos adoro, saudades e saudades. Espalhei as fotos que me deste, Arroz, pelo quarto. Leio coisas, penso noutras, escrevo cartas. Puta da saudade.

Esses nossos planos para daqui a umas semanas - já existem?

sábado, dezembro 03, 2005

Queridas amigas,

eu tenho muitas muitas saudades vossas, mas também se vai estando bem por aqui, muito obrigada. Queria os nossos cafés e conversas e risos e parvoíces, mas por aqui também não se tem ficado muito parada em casa. Queria não morrer de frio e não congelar-descongelar os pés, ver mais o sol e andar mais despida, mas por aqui vamos deixando de pensar muito no assunto, e cá-se-vai-andando, com a cabeça entre as orelhas. Conculíndo, estou bem, óptima e feliz em Copenhaga. Falta por aqui muita coisa, partes da minha vida que estão em Lisboa. Faltam vocês.

Pára tudo: as conclusões chegaram antes da hora. Voltemos atrás:
está muito muito muito frio. Eu e o filha-da-mãe do vento não somos particularmente amigos. Mas a cidade está linda, linda. Linda, linda.
É Natal, e - como diz a Rita e seu Jacinto - o Natal tem, agora, ainda mais significado. My beloved Portugal, here I go. Mas uma coisa é ter significado e tal, eu estar desejosa e a contar os dias. Outra... são as decorações de Natal em casa, os presentes com a mãe, a euforia da família durante (o caos) os preparativos. Isso não temos, e temos pena. De maneiras que nos vamos contentado com luzes e árvores, decorações e músicas pela cidade. Cervejas, bolos, festas e músicas (a repetição é propositada) de Natal. Tradições de povo-nórdico-não-católico - isto é giro, vou avisando (mas depois conto tudo) - e grupos de Pais Natais bêbados pela noite dentro (já vos expliquei que a cidade se transforma à sexta e ao sábado à noite? Juro com os pés juntinhos que um dia destes até vi um polícia. Dentro do carro, cirenes com ele.) E assunto de Natal, por enquanto, arrumado.

De dia vai-se trabalhando e passeando. Museus é comigo. Para as duas: o que vocês me vão gostar destes museus, minha-nossa-senhora. Para além de museus temos livrarias lindas, lagos e mais lagos, cidades nos arredores muito engraçadas, sim senhor, e uma noite que o pessoal até aprecia.

Chegando aqui - à noite: temos casas de amigos e jantares e copos, bares e disconights, conversas e dançarias, e três míseras horinhas de sono. Vai daí, neste preciso momento em que vos escrevo, minhas amigas, os olhos já fecham e a cama está aqui mesmo mesmo ao lado... a chamar.

Saudades, muitas saudades

sexta-feira, dezembro 02, 2005

este não é um post de alguem chateado!

a verdade sobre as coisas tristes é muito relativa...
já não sei o que ia escrever...mas também já não importa! acho que vai ficar para amanhã...só queria dizer que estou viva, ainda que o virús da gripe tenha passado virtualmente para cá! e no entanto...não consigo pensar como uma bactéria!
tenho saudades vossas e gostaria muito que pudessemos jantar juntas, só as três, num restaurante porreiro, quando a sara regressasse para o natal...mas temo que seja impossivel, pois no dia 21 entro "de banco no hospital" e só saiu no dia 23...de onde vou directa para a herdade natalicia!
talvez pudessemos na semana seguinte...depois logo se vê!
vá!fiquem agora com um beijo grande para as duas, com saudades!

Mudando radicalmente de assunto,

eu gosto é de sextas feiras: o servico vazio às 3 da tarde, a bebida barata a partir das 4, as pessoas na rua. "Em Troia, sê Troiano". Ou será "em Roma, sê Romano"? Bem, na Dinamarca sou definitivamente praticamente quase Dinamarquesa: faltam o cabelo loiro, o metro e oitenta e a "barbarice". Here we go.

Este näo é um post triste

O aniversário foi há uns dias e, porque me pareceu de quase-mau-gosto festejar a sua morte, näo comentei, näo escrevi sobre, näo partilhei poemas. Mas este näo me sai da cabeca desde aí, e tenho que o tirar, por em algum sítio. O poema era do H. Foi com ele que me apaixonei pela poesia (näo só de Pessoa), e foi com ele que o despertei para a poesia. Foi, provavelmente, dos únicos poemas que ele alguma vez gostou. Sempre foi lindo, mas abstracto. De repente, passou a fazer algum sentido.


O meu coracäo quebrou-se
como um bocado de vidro.
Quis viver e enganou-se...


Fernando Pessoa
Poemas inéditos
(1919-1931)



Há muito tempo que näo leio este poema. Era capaz de dizer que há precisamente dois anos e 20 dias, mas é possível que esteja a mentir, e que, num acesso, entretanto o tenha ido buscar à prateleira. De qualquer maneira, é bem possível que a memória me traia e eu esteja - sem maldade nenhuma! - a cortar vírgulas, trocar palavras, inventar datas (näo sei bem onde fui buscar o 1919 e o 31.). Neste momento, e a milhares de quilómetros do precioso e lindo e amado livro, é o que temos.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

A IDEIA DE EUROPA

"A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa (sublinhado nosso), aos cafés de Odessa frequentados pelos gansgsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga (sublinhado nosso), onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo (...)".

George Steiner, no seu ensaio " A Ideia de Europa " oferece cinco axiomas para definir a - sua - Ideia de Europa.

Brilhante.

1 - Os cafés - achei genial a referência, sobretudo, quando entre eles encontrei, escondida, a Brasileira. Ter a percepção de que um "pensador" - como é Steiner - nascido em Paris de pais austríacos e que viveu por Inglaterra e pela Suiça, tenha descoberto Pessoa e o cite numa das suas reflexões é absolutamente delicioso!

2 - A paisagem geográfica da Europa, ou seja, podemos atravessar a Europa de lés-a-lés, porque as adversidades e clivágens do solo, salvo raríssimas excepções, não são insuperáveis...

3 - Os nomes de praças e ruas da Europa que aludem sempre a personagens que fazem parte da sua História e Cultura! - O lugar da memória.

4 - A nossa descendência dupla de Atenas e Jerusalém.

5 - A ideia de fim intrínseca a qualquer um que se diga europeu!

Uma obra genial - no tratamento que dá a todos os referidos axiomas, ainda que não concorde na totalidade com o último, aliás se concordasse com Steiner teria de admitir - ou pôr em hipótese - o fim da Ideia de Europa e isso é um, aliás, o pensamento que, definitivamente, não se pode - ou deve - ter, sob pena de tudo descarrilar! - e, acima de tudo, muito a propósito, por sinal, estabelece a simbiose perfeita entre um apetitoso café numa Lisboa não distante de uma Copenhaga, algures numa Ideia de Europa...

Beijo

Oi oi

Cadê vôceis?